Comentários Liliana Junqueira de P Donatelli
Vejam a Nota Técnica:
“SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL
COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
DIVISÃO DE TRANSMISSÍVEIS E IMUNOPREVINÍVEIS
GERENCIA DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES E ZOONOSES
Rio de Janeiro, 9 de maio de 2012.
NOTA TÉCNICA Nº 5/2012 – GDTVZ/DTI/CVE/SVEA/SVS-SESRJ
Atenção: recomendamos o repasse desta Nota Técnica para as unidades de saúde e clínicas veterinárias nos municípios envolvidos, alertando os profissionais da área.
Assunto: Intensificação da Vigilância para Leishmaniose Visceral no Estado do Rio de Janeiro
Considerando a Nota Técnica nº 4/2011-GDTVZ/DTI/CVE/SVEA/SVS-SESRJ que alerta para aumento na ocorrência de casos de Leishmaniose Visceral Canina e Humana durante o ano de 2011 no Estado do Rio de Janeiro, apontamos para a manutenção e ocorrência de novos casos de Leishmaniose Visceral (LV) em cães e humanos, incluindo óbito, neste início de 2012. Portanto, reiteramos o alerta para necessidade de preparação/atenção pelos serviços de vigilância e assistência municipais, quanto ao enfrentamento de um novo ciclo de transmissão da doença em cães e seres humanos no estado.
Durante os anos de 2011 e 2012 chegaram ao conhecimento da Vigilância Epidemiológica Estadual (GDTVZ) a ocorrência de casos de LV em
cães nos seguintes municípios do Estado:
– Município de Mangaratiba
– Município de Maricá
– Município de Niterói
– Município do Rio de Janeiro
– Município de Volta Redonda
Quanto à ocorrência de casos de Leishmaniose Visceral, segundo data de início de sintomas e município de residência, em 2011 foram dois casos humanos: um em Volta Redonda e outro no Rio de Janeiro sendo o primeiro autóctone e o segundo indeterminado. Este ano, tivemos conhecimento de um caso autóctone no Município de Barra Mansa que foi a óbito.
Lembramos que a Leishmaniose Visceral é uma zoonose transmitida pelo inseto vetor
Lutzomyia longipalpis e, conforme comprovação científica, o cão faz parte do ciclo de transmissão da doença para o homem, sendo considerado um reservatório da doença e fonte de infecção para o ser humano. Desta forma, não é recomendado o tratamento do cão com a doença, sendo indicada a eutanásia destes animais. Diferentemente da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA), não sendo recomendada a eutanásia do animal para fins de controle e prevenção da LTA, pois nesta não há comprovação científica, até o momento, de que o cão faça parte do ciclo de transmissão.
As manifestações clínicas também são distintas no homem e no animal e, ainda, conforme a espécie de parasita Leishmania envolvida, no caso da visceral seguem os principais sinais clínicos:
SER HUMANO – Definição de caso suspeito:
Leishmaniose Visceral Humana – paciente com febre (por mais de 7 dias), palidez e hepato-esplenomegalia (é importante realizar palpação de fígado e baço). Maior atenção em pacientes menores de 10 anos de idade, porque a incidência de casos costuma ser maior nesta faixa etária. Nos exames laboratoriais complementares ao diagnóstico clínico é comum o aparecimento de anemia, leucopenia, plaquetopenia e aumento das enzimas TGO e TGP.
CÃO – Definição de caso suspeito:
Leishmaniose Visceral Canina – febre irregular, apatia, emagrecimento, lesões cutâneas (principalmente descamação, eczema e úlceras) em geral no focinho, orelhas e extremidades; conjuntivite, paresia do trem posterior, fezes sanguinolentas e crescimento exagerado das unhas (onicogrifose).
Diante dos fatos apresentados e sendo o cão um sinalizador para possível ocorrência de casos em seres humanos, alertamos todos os profissionais e gestores do serviço para aumento no risco de ocorrência de casos de Leishmaniose Visceral Canina e Humana e reiteramos algumas medidas e fluxos que devem ser mantidos ou colocados em prática:
Repasse desta Nota Técnica para as unidades de saúde e clínicas veterinárias nos municípios envolvidos, alertando os profissionais da área. Cada município deve acrescentar ao documento os contatos (e-mail e telefone) de suas vigilâncias municipais;
Em caso de suspeição de caso de Leishmaniose Visceral Canina a notificação deve ser feita em 24 horas ao serviço de vigilância municipal (contatos: epidemio.resende@gmail.com; telefones – (24) 3360-5018/5019) e deste para o estadual. No caso de repasse para o estado devem ser utilizados os seguintes contatos: e-mail
– vigambiental@saude.rj.gov.br; telefones – (21) 2333-3899/3842. Ressaltamos que o repasse da notificação por telefone e e-mail não desobriga que esta seja feita através dos instrumentos e fluxos já estabelecidos, a saber: por meio do preenchimento e digitação da ficha de EPIZOOTIA no SINAN;
Tanto para Leishmaniose Visceral Canina quanto para a Tegumentar Canina é PROIBIDO o tratamento dos animais com produtos de uso humano, de acordo com a Portaria Interministerial n° 1.426 de 11 de julho de 2008. O uso desses medicamentos nos animais aumentaria o risco para seleção de parasitas resistentes ao medicamento, que é o mesmo utilizado no tratamento humano. Ainda, na LV canina é recomenda a eutanásia do animal;
Para orientações quanto às ações de vigilância entomológica e encaminhamento dos vetores para identificação taxonômica, quando necessário, entrar em contato com o Centro de Estudos e Pesquisa em Antropozoonoses Máximo da Fonseca Filho (CEPA/LACEN/SVS/SES RJ) (e-mail – svs.cepa@saude.rj.gov.br, cepa.nnutels@gmail.com; telefones – (21) 2332-8597 e 2332-8606), seguindo metodologia contida no Manual do Ministério da Saúde;
Para confirmação diagnóstica do caso canino suspeito de Leishmaniose Visceral, amostras de sangue do cão devem ser coletadas e enviadas para o Lacen-RJ (e-mail –dgnnutels@saude.rj.gov.br e telefones – (21) 2332-8597 e 2332-8606), seguindo protocolos contidos no Manual do Ministério da Saúde;
Observação: destacamos que a partir de dezembro de 2011 os exames para o cão passaram a ser o imunocromatográfico (teste rápido DPP), que uma vez positivo é feito o ELISA para confirmação. Contatar Lacen-RJ e Vigilância Ambiental para maiores orientações.
Quando da suspeição de Leishmaniose Visceral Canina em áreas indenes, no primeiro caso, deve ser feita a identificação do parasita
Leishmania chagasi para caracterização da mesma;
Em caso de suspeição de Leishmaniose Visceral Humana, considerando que estamos em áreas indenes, solicitamos que a notificação seja feita em 24 horas ao serviço de vigilância municipal e deste para o estadual. No caso de repasse para o estado devem ser utilizados os seguintes contatos:
e-mail – adtvz@saude.rj.gov.br; telefones – (21) 2333-3881/3878. Ressaltamos que o repasse da notificação por telefone e e-mail não desobriga que esta seja feita através dos instrumentos e fluxos já estabelecidos, a saber, através do preenchimento e digitação da ficha de NOTIFICAÇÃO de Leishmaniose Visceral no SINAN;
Para confirmação diagnóstica do caso humano suspeito de Leishmaniose Visceral amostras de sangue do paciente humano devem ser coletadas e enviadas para o Lacen-RJ
(e-mail – dgnnutels@saude.rj.gov.br e telefones – (21) 2332-8597 e 2332-8606), seguindo protocolos contidos no Manual do Ministério da Saúde;
O tratamento de casos humanos de Leishmaniose Visceral deve seguir as orientações contidas no Manual do Ministério da Saúde, o qual fornece os medicamentos, cabendo à SES-RJ repassá-los aos municípios. A liberação do medicamento é feita através da apresentação da ficha de notificação e do pedido médico, para tanto os municípios devem entrar em contato com a Vigilância Epidemiológica estadual, Gerência de Doenças Transmitidas Vetores e Zoonoses, nos seguintes contatos:
e-mail – adtvz@saude.rj.gov.br; telefones – (21) 2333-3881/3878;
Para maiores informações entrar em contato através dos telefones:
Secretaria Municipal de Saúde de Resende/Serviço de Epidemiologia: (24)3360-5018/5019 e e-mail – epidemio.resende@gmail.com.
Secretaria Estadual de Saúde-RJ:(21) 2333-3881/3878 e e-mail – adtvz@saude.rj.gov.br.
ATENÇÃO: Recomendamos a divulgação desta Nota Técnica entre os demais setores e unidades de saúde pelos municípios que aparecem aqui listados com ocorrência de casos. Entretanto, considerando o deslocamento cada vez maior de pessoas entre cidades, estamos enviando o presente para ciência por todos os 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro.
Nos colocamos à disposição, atenciosamente,
PATRÍCIA GANZENMULLER MOZA
Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses
Comissão Municipal de Gerência de Risco Sanitário – CMGRS
Secretaria Municipal de Saúde de Resende
Direção de Vigilância em Saúde
Serviços de Vigilância Sanitária e Vigilância Epidemiológica
Rua Augusto Xavier de Lima, nº 251 – Jardim Jalisco – Resende, RJ
CEP 27510-090
Tel: (24) 3360-5033 / 3360-5147 / 3360-5018 / 3360-5019″