Novos medicamentos contra a Hepatite C prometem revolução no tratamento da doença
Novos medicamentos contra Hepatite C Crônica anunciados recentemente são considerados revolucionários. Os compostos inibem a protease do HCV (vírus da Hepatite C) e são conhecidos como Antivirais de Ação Direta (AADs). Portadores do vírus HIV/AIDS serão especialmente beneficiados, já que os tratamentos atuais costumam levar mais de um ano, têm baixo índice de cura e muitos efeitos colaterais, especialmente para pacientes também portadores de fibrose hepática. As principais preocupações quanto às novas opções de tratamento são os custos e interações medicamentosas.
Os medicamentos, a princípio, ainda teriam de ser utilizados junto ao Interferon, mas há testes em andamento que prometem para breve a utilização independente, via oral, dos AADs. Da forma atual, já melhoram bastante os resultados (diminuem tempo de tratamento e melhoram a Resposta Virológica Sustentada, ou seja, o RNA do vírus não é detectado nas amostras do paciente 24 semanas após o término do tratamento), mas ainda são responsáveis por diversos efeitos colaterais e apresentam problemas nas interações entre medicamentos.
Os tratamentos apenas com os AADs representam também uma nova esperança para pacientes que têm intolerância ao Interferon e por isso não estão aptos aos tratamentos atuais. O caráter revolucionário das novas formas de tratamento não está apenas no aumento das chances de promover a Resposta Virológica Sustentada (RSV) mas também na redução do risco de evolução de doenças hepáticas, câncer de fígado e morte. Essas novas formas de tratamento melhoram a resposta tanto de pacientes infectados com o vírus HIV e o da Hepatite C (HCV) quanto daqueles que são portadores apenas do HCV.
Espera-se que o tratamento que resulta na RSV também possa reduzir a incidência de Hepatite C, especialmente entre pessoas que utilizam drogas injetáveis, já que a capacidade de infecção do vírus é basicamente eliminada.
Assim como ocorreu ao tratamento antirretroviral contra o HIV, as diferentes classes de medicamentos contra a Hepatite C deverão ser combinadas e recombinadas para que se possa calibrar a potência da ação dos medicamentos e para prevenir o desenvolvimento de resistência ao tratamento. Os pesquisadores afirmam ser necessário testar essas interações medicamentosas não apenas em pessoas sadias, mas em pacientes com doenças hepáticas em estágio avançado, para melhores resultados.
Traduzido e resumido por Anamaria Kaizer.
Boas novas!
O tratamento tem o conforto de ser exclusivamente por via oral, o que aumenta a adesão por parte dos pacientes e junto com a boa resposta nos casos com fatores preditivos favoráveis, deve estimular ainda mais os médicos a prescreverem os exames para detectar a doença. Tem ainda o ingrediente mágico da saúde pública – menor custo!
Existem mais novidades no horizonte. Recentemente participei de um curso voltado para os dispositivos de segurança para evitar acidentes envolvendo material biológico em profissionais da saúde, onde um dos riscos é a aquisição de hepatite C. Até o momento não há nenhuma medida profilática indicada nos guidelines, quando ocorrem tais acidentes com paciente fonte positivo para hepatite C, visando evitar a soro conversão para a doença. Entretanto, os ótimos resultados obtidos com novas drogas estão abrindo a possibilidade de alteração desse protocolo. Vamos aguardar as novidades.
Liliana Junqueira de P. Donatelli
A matéria completa, em inglês, você encontra aqui:
Para Saber Mais:
http://www.cdc.gov/hepatitis/HCV/index.htm
http://www.hepatitiscenters.com
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