Imagem: Banco de imagens do CDC – James Gathany
Você já ouviu falar em Síndrome de Guillain-Barré?
A Síndrome de Guillain- Barré é uma distúrbio em que o sistema imunológico ataca parte do sistema nervoso periférico, em especial a bainha de mielina , é rara e auto-imune. Os sintomas iniciais são fraqueza e formigamento das pernas, usualmente simétricas, que e tendem a se espalhar ascendendo em direção à cabeça. É considerada uma emergência médica, uma vez que a paralisia pode evoluir e afetar os sistemas respiratório e cardíaco – o que nem sempre acontece. A síndrome pode afetar qualquer pessoa, em qualquer idade e sexo, mas é rara e geralmente afeta uma a cada 100 mil pessoas. Quando ocorre, aparece após a paciente ter contraído uma doença viral, bacteriana, e mais raramente depois do indivíduo ter sido vacinado.
Os cientistas estão estudando de que modo as infecções virais e bacterinas podem confundir o sistema imunológico e desencadear a síndrome. Não é muito fácil de diagnosticá-la, em especial nos primeiros estágios, entretanto a observação atenta dos sintomas e sua evolução é fundamental para detectá-la, assim como para dar início ao tratamento e evitar maiores sequelas.
Nos últimos meses aumentou muito o registro da síndrome no Brasil em áreas fortemente castigadas por chikungunya e zika, doenças que, assim como a dengue, são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, as quais desembarcaram no Brasil e encontraram condições favoráveis para o o seu estabelecimento.
Nesta terça-feira 21, 250 profissionais da saúde reuniram-se na Bahia para discutir se a síndrome pode estar associada às três doenças virais que apresentam os seguintes números: dengue com 45.538 notificações, chikungunya 11.351 e além de 32.873 de doença exantemática indeterminada, que pode ser zika. Dos 50 casos diagnosticados como sendo Guillain-Barré, 48 apresentaram doenças exantemáticas como as citadas acima. Com o aumento do registro de casos no estado, a Bahia dobrou o numero de leitos reservados para atender pacientes com os sintomas da síndrome , de 18 para 36, além de uma verba especial de 15 milhões para enfrentamento das epidemias. Unidades extras de imunoglobulina, utilizada para o tratamento da Síndrome se Guillain-Barré, também foi reforçada para a Bahia.
Liliana Junqueira de P.Donatelli
Fontes:
NINDS (National Institute of Neurological Disorders and Stroke)
5 Comentários
Olá Liliana,
Primeiramente meus parabéns pela matéria. Fiquei em dúvida com relação ao desencadeamento da síndrome pelas doenças virais transmitidas pelo Aedes aegypti. Essa síndrome ela é desencadeada em pessoas que são suceptíveis geneticamente ao ponto de desenvolver a sintomatologia ou os sistomas das doenças virais é semelhante ao da síndrome?
Desde já agradeço,
Raphael
Raphael
Que bom que você gostou! Infelizmente como muitas enfermidades, não se sabe exatamente porque certas pessoas desenvolvem a Síndrome de Guillian Barré e outras não diante de um mesmo estímulo, como por exemplo o contato com um determinado vírus. a definição de síndrome é um conjunto de sinais e sintomas observáveis em vários processos patológicos diferentes e sem causa específica.
Os estudos analisam as situaçoes que podem funcionar como gatilho. Significa que ainda tempos muito o que aprender.
Nesse post a idéia foi alertar para mais um risco realcionado com essas doenças virais.
Liliana
Pingback: Comparativo Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela - Blog Biossegurança | Cristófoli
Fui vitima da Síndrome de Guillain- Barré, foi em Abril de 2017, Que doença horrível! não desejo para ninguém, Mais Graça Deus já passou a fase mais dificíl.
Olá Ivani
Que bom que você ja se recuperou. É importante seu depoimento, porque as pessoas sempre vêem essas síndromes raras em decorrência de doenças infeccciosas como um ponto no gráfico – uma possibilidade remota que não aconteceu com ninguém conhecido. Dar nomes e testemunho ajuda a mostrar que o risco é real.
Não sei se o seu caso foi em por causa de Zika, mas ainda vale meu comentário.
Liliana