O protocolo focaliza a situação de exposição ao vírus HIV e não mais a circunstância em que isso ocorre, o que é positivo, entretanto a abordagem voltada para categorias continua importante na medida que oferece outras possibilidades de estudos voltados para as ações de prevenção específicas para cada situação. Isto significa que outros documentos e ações devem ser mantidos e implementados. Entretanto, a definição de como os documentos existentes se complementam não ficou estabelecida no protocolo.
O protocolo traz outras mudanças como a recomendação para profilaxia em caso de fonte desconhecida, como por exemplo, acidente ocupacional envolvendo agulha descartada no lixo, sem levar em conta o risco epidemiológico para HIV o que protege um número maior de pessoas e situações. Por outro lado, pode aumentar os efeitos colaterais da medicação o que exige acompanhamento mais próximo dos expostos.
As diferentes estratégias vão ampliar a cobertura da profilaxia o que é também a proposta da nova abordagem. A sua elaboração contou com profissionais que já participaram de outros manuais dirigidos à profilaxia após acidente ocupacional com exposição a material potencialmente contaminado.
Resta saber dos infecyologistas, que efetivamente estão no atendimento aos expostos, se as mudanças em relação ao esquema profilático em si foram adequadas e qual o impacto na adesão ao tratamento, fundamental para obtenção do efeito desejado- prevenção da infecção ao HIV.
Veja a introdução do documento transcrita abaixo. Para acessa-lo na íntegra clique na imagem acima ou no link abaixo
“O protocolo tem como objetivo atualizar as recomendações do Departamento de DST, Aids, e Hepatites Virais (DDAHV)/Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS)/ Ministério da Saúde (MS) quanto ao emprego de antirretrovirais para a Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP).
As recomendações para realização de PEP estarão submetidas à avaliação do risco da situação de exposição e não mais subdividas pela categoria de exposição (acidente ocupacional, violência sexual e sexual consentida). As novas recomendações buscam simplificar as orientações da PEP de forma a ampliar o uso da profilaxia, principalmente, nos atendimentos de emergências, por profissionais não especialistas.
A PEP se insere no conjunto de estratégias da Prevenção Combinada, cujo principal objetivo é ampliar as formas de intervenção para evitar novas infecções pelo HIV no mundo. Nesse sentido, reforça-se a indicação para além daquelas situações em que a PEP é classicamente indicada, como violência sexual e acidente ocupacional, com vistas a ampliar o uso dessa intervenção em todas as exposições que representem risco de infecção pelo HIV.
Em situações de exposições ao HIV, devem-se considerar potenciais exposições a outros agentes infecciosos, como patógenos de transmissão sexual e sanguínea (vírus das hepatites B e C) e de transmissão sexual (Treponema pallidum, Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis). Contudo, essas outras exposições não serão exploradas neste Protocolo.”
Liliana Junqueira de P.Donatelli