1- No mesmo local tenho dois consultórios. É obrigatório ter duas autoclaves?
R- Se você tiver uma área separada (sala) para esterilização não.
2- Posso ter quadro para decorar dentro do consultório?
R- A decoração deve ser lavável e de limpeza fácil para não acumular sujidade. Se ao se referir a quadros você fala em óleo sobre tela, não são permitidos.
3- A pia para lavar o pano de chão tem que ser individualizado (em local específico)?
R- Sim. Esse local é o DML (depósito de material de limpeza) que deve possuir um tanque exatamente para esta finalidade. O DML tem como área mínimas 2 m2 e dimensão mínima 1 m.
4- Qual é o local de descarte do indicador biológico?
R- Depois de autoclavado o controle e os testes positivos e devidamente descaracterizados (retirados os rótulos), lixo comum.
5- Trabalhar a quatro mãos é vantajoso. Trabalhar a duas mãos ( ou seja só) é desafiador quanto à biossegurança. Será que futuramente será obrigatório o trabalho a quatro mãos?
R- Concordo que é um desafio em biossegurança trabalhar sem auxiliar. Ë possível, mas exige muito planejamento, disciplina por parte do profissional para não haver quebra de protocolo. Não vejo a curto prazo a obrigatoriedade do trabalho a quatro mãos. Talvez no futuro para procedimentos cirúrgicos.
6- No caso de sorologia de Hepatite B positiva, mas a doença não se desenvolveu, o que fazer (mesmo já vacinado)?
R- A vacina, embora muito segura e eficaz, não imuniza 100% dos vacinados. Outra possibilidade é que o profissional já estivesse com o vírus antes da vacina. Isso pode ocorrer porque fazer o teste (Anti- HBs) não é rotina antes da vacinação. O profissional/paciente deve procurar um hepatologista para analisar a situação. Há muitas possibilidades, inclusive de tratamento e somente um profissional especializado poderá avaliar em conjunto com exames que irão identificar cada caso. Há casos mais leves, onde o paciente é positivo, sem comprometimento do fígado ou replicação viral, que só é necessário acompanhamento. Os vários marcadores são analisados.
Pode haver inclusive confusão por parte do paciente, em relação aos resultados dos exames:(Anti – HBS positivo, Anti – HBs Ag positivo), onde positivo aqui significa apenas que o profissional entrou em contato com o agente, não apresentou doença e se imunizou.
7- Nas embalagens de papel grau cirúrgico, as identificações de ciclo a vapor e óxido de etileno são considerados indicador físico ou químico?
R-Indicador químico. Lembre-se que quando submetido ao vapor, somente esse indicador é que vai mudar de cor, nas autoclaves convencionais os indicadores de óxido de etileno continuam iguais. O contrário também é verdadeiro, isto é, o pacote submetido a óxido de etileno mudará apenas o indicador químico classe 1 para esse gás. Os indicadores físicos são os parâmetros do aparelho ( tempo temperatura e pressão), indicados no display ou na fita de impressão do equipamento ( quando estiver presente).
8- Sistema auto-limpante (flush nos condutos de água do equipamento) é eficiente?
R- O sistema, quando utilizado conforme as indicações, ajuda a manter a água em melhores condições, mas não tem nenhum efeito sobre o biofilme quando já estiver instalado. Para remoção de biofilme é necessária a desinfecção química das linhas, e um acompanhamento sistemático para manter a qualidade da água.
9- É indicador o uso de suportes verticais da autoclave?
R- Não é indispensável, mas ajuda muito na otimização dos ciclos possibilitando abastecer a autoclave com um número maior de envelopes quando comparado à configuração horizontal.
Fiquem à vontade para formularem outra perguntas!
Liliana Junqueira de P Donatelli
12 Comentários
Olá Liliana, adorei o blog e acho que aqui conseguirei sanar minha dúvida. Gostaria de saber o que leva a queima do papel de grau cirúrgico e queima do plastico da caixa que armazena materiais? Deixei com a minha auxiliar para esterelizar meu kit de brocas para implantes e quando vi a caixa havia queimado e derretido uma parte. Qual seria o problema? Agradeço sua atençao!
Karina
Que ótimo!
Uma das possibilidades (e a mais comum), é encostar o pacote na parede da autoclave, o que leva à sobreaquecimento do conjunto- metal aquece mais que o vapor. Outra possibilidade é escolha inadequada do ciclo. Você viu as instruções do fabricante da caixa de imponte quanto ao ciclo de esterilização? Qual a temperatura e tempo do ciclo a ser utilizado? Isso aconteceu pela primeira vez? A sua autoclave mostra a temperatura independente da pressão?
Aguardo sua respostas para mudar melhor você.
Abraços
Liliana
Bom dia. Gostaria de saber se o papel grau cirúrgico pode ser reciclado (não reutilizado) para outros fins?
Leonardo.
Bom dia!
EM princípio pode. Mas você deve separar o plástico e o papel completamente e dar o destino. Se o envelope for autocolante essa parte não é reciclável. Complica um pouco não é?
Muito legal a sua preocupação. Vejo que um grande desafio é a necessidade de ter mais de uma lixeira dentro da área clínica, que já deveria ter para separar o resíduos infectantes dos resíduos comuns. Teríamos que ter pelo menos mais uma lixeira…
depois me conta se você conseguiu implementar .
Abraços
Liliana
Liliana, mais uma vez parabéns pelo seu blog. Minha dúvida refere-se à limpeza e desinfecção das canetas de alta e baixa rotação, bem como da seringa tríplice, que são itens do equipo odontógico.
No caso da impossibilidade de “autoclavar”, não encontrei orientação legal sobre a limpeza dos mesmos e também da desinfecção?
O uso do álcool 70, ainda está indicado para essa desinfecção? Como realizar a limpeza prévia à sua utilização?
Resumindo são essas as minhas dúvidas.
Muito obrigada.
Abs,
Nildiceli
Olá Nildiceli
Que bom! Fico feliz em ser útil!
Pois é, você não vai encontrar uma orientação legal para isso.
A simples desinfecção com álcool não vai resolver. Para as canetas de alta rotação é necessário acionar ainda conectada ao ar/agua por 40 segundos e seguir as recomendações do fabricante para limpeza.
Usualmente: depois Retirar a broca, limpar por fora com detergente hospitalar neutro, enxaguar enxugar, lubrificar ( com lubrificante próprio para caneta que também tem ação de limpeza), retirar o excesso de lubrificante conectando ao ar ( nem sempre muito fácil encontrar uma sala de esterilização que tenha ponto de ar) e depois embalar e esterilizar em autoclave.
Veja que se você não fizer isso a lubrificação vai acabar contaminando a caneta…
Sei que não é fácil, mas precisamos mudar os conceitos. Caso contrário, como pretendemos levar saúde se levamos uma caneta contaminada à boca do nosso paciente?
Coragem!
Liliana
Boa tarde.
Possuo uma autoclave da cristofoli a pouco tempo e tenho uma dúvida.
Como faço para realizar o teste biológico? pois no manual está escrito apenas para entrar no site. como não encontrei nada a respeito faço a pergunta e espero a resposta o mais rápido possível.
Grata, Elizangela
Olá Elizangela. A resposta foi para o seu e-mail. Desculpe o painel de comentários não me avisou sobre os últimos!
Boa Noite! Possuo uma autoclave da cristofoli ja fazem 6 meses e tenho uma duvida.e no manual não explica direito como faço pra realizar o teste biologico?aguardo um retorno o mais breve possivel. Daniele.
Olá Daniele
Você pode ir direto no vídeo em nosso BLOG DA BIOSSEGURANÇA:
http://www.cristofoli.com/biosseguranca/monitorizacao-da-esterilizacao-capitulo-6-dicas-praticas-de-biosseguranca-em-odontologia-cristofoli/
Espero ter ajudado você.
Se ficar alguma dúbia entre em contato comigo que terei prazer em ajudá-la.
Abraços
Liliana
Olá Liliana! por favor preciso de orientacao para o passo da imersao dos instrumentais antes da lavagem. Até o momento , fizemos uso do Glutaraldeido para tal funcao, porém com a proibicao de seu uso estamos sem opcao, visto que o ácido peracético tem custo inviável para tal uso.(custa 10x mais que o glutaraldeido..) . Poderia me orientar? O uso do ultrassom poderia ser uma alternativa para esta etapa?
Liliana, tudo bem? Parabéns pelo blog, muito importante!
Minha dúvida é: Qual a validade da esterilização em autoclave? Quanto tempo posso deixar o pacote armazenado sem risco de contaminação?