Com menos de três meses da descoberta, a variante já causou um estrago. Entenda porque no post: Ômicron — o que já sabemos sobre a variante do coronavírus?
Variantes do SARS-CoV-2
SARS-CoV-2 é o nome do vírus e Covid-19 a doença causada por ele. Desde que o SARS-CoV-2 foi identificado, surgiram variantes e cinco que a OMS classifica como de “preocupação”:
O que é uma variante de preocupação?
As variantes surgem do acúmulo de diferenças genéticas que ocorrem por falhas do processo de multiplicação. São mutações. Essas mudanças podem dar uma vantagem para os vírus. Dizemos que foram selecionadas. Lembra do Darwin e a seleção natural? Aqui ocorre da mesma maneira, mas muito rápido. Com o tempo essa variedade pode passar a predominar.
A variante é considerada de preocupação quando:
- Se transmite mais fácil
- Escapa de vacinas
- É mais letal ou virulenta
Variantes de preocupação do Coronavírus
Portanto, as variantes abaixo são mais transmissíveis e conseguem infectar vacinados bem como os que se recuperaram de Covid-19.Todas as vacinas em uso protegem em menor ou maior grau contra hospitalização e morte.
- Alfa — Surgiu no Reino Unido em setembro de 2020 sendo mais transmissível do que a linhagem original. Espalhou-se por mais de 80 países.
- Beta —Detectada de início na África do Sul. Pesquisas mostraram a sua capacidade de infectar pessoas que haviam se recuperado de Covid-19 e vacinados contra a doença. Mostrou-se também mais transmissível que o vírus original.
- Gama — Identificada no Japão a variante surgiu no Brasil. Foi a responsável pela tragédia em Manaus, com milhares de reinfecções.
- Delta — Surgiu na Índia e tornou-se predominante em muitos países. O nível de transmissão é mais alto que as variantes anteriores. Equivale ao nível de contágio da catapora.
- Ômicron— Descoberta em 26 de novembro de 2021 por um grupo de pesquisa da África do Sul, em fevereiro 2022, já responde por mais de 90% das amostras sequenciadas no Brasil. O potencial de contágio foi comparado ao do sarampo. Em janeiro apareceu uma variante da Ômicron na Europa e identificada no Brasil essa semana. É ainda mais transmissível que a outra linhagem.
O que significa mutação na proteína “spike”?
O vírus tem uns “ganchos”que funcionam para se prender e como chaves para entrar dentro das nossas células e infectá-las. A variante acumulou mais de 30 mutações nessa região. Com isso consegue penetrar com maior facilidade e é um dos motivos que conferem um benefício para a mesma. Outro ponto, é que a proteína “spike” é um dos alvos das vacinas em uso e por esse motivo a Ômicron consegue ter algum escape vacinal.
Ômicron não é uma “gripezinha”
A Ômicron afeta mais as vias áreas superiores, resulta em menos pneumonia. Por esse motivo, a maior parte dos casos é menos grave, especialmente entre os vacinados. Por outro lado, é muito mais transmissível. Isso ocasionou uma explosão de casos em vários países. Assim, mesmo sendo mais leve aumentaram também as mortes.
Sintomas comuns da Ômicron
Febre, coriza, dor de garganta e dor no corpo são os sintomas mais frequentes em adultos. Algumas vezes dores abdominais, enjoo e diarreia podem ocorrer. Sintomas como perda de olfato e paladar, são menos frequentes.
Sintomas diferentes em crianças
Segundo o Instituto Butantan, as crianças apresentam além dos sintomas comuns da variante, irritações cutâneas na pele. No Brasil foram relatados quadros agudos de diarreia, desidratação e pneumonia, principalmente nos menores de dois anos.
Casos graves em crianças
A maioria da população adulta do Brasil já está vacinada. Dessa forma, os mais jovens tem sido duramente atingidos. Apesar de a variante ser menos virulenta em relação às anteriores, basta usar matemática, com um grande número de infectados, surgem os casos graves e mortes. Por isso, é tão importante vacinar todos os que puderem recebê-la.
Vírus são inteligentes
Esse é um jeito humano de falar que existe uma pressão seletiva que favorece o que é melhor para a sobrevivência do vírus. A tendência é que ele se torne cada vez mais transmissível e cada vez menos mortal. Contudo, isso não significa que ele irá se comportar dessa maneira, cabe a nós evitarmos a infecção.
Os testes de Antígeno e RT-PCR são capazes de detectar a Ômicron?
Na maioria das vezes sim. Entretanto, se estiver com sintomas entenda o momento e refaça o teste. Nesse caso, não vale usar um resultado negativo como um passaporte para a liberdade.
Fuja da ideia de pegar logo o vírus para ficar livre
- O risco ainda é alto para você comparado com outras doenças;
- Você pode transmitir para alguém que desenvolva gravidade;
- Você não sabe como o vírus vai te afetar;
- A variante é pouco imunogênica — isto é, você pode pegar de novo a Ômicron;
- Não vai te livrar de outras variantes.
Vou ter que usar máscara para sempre?
Será preciso usar por um pouco mais de tempo e, enquanto isso, use uma PFF2. As máscaras pano tem um efeito modesto contra a variante. A PFF2 em um ambiente fora do hospital dura bastante. Já são encontradas com um preço bem mais acessível.
BA2 a variante da variante
A BA2 é uma nova linhagem que acumulou mutações da Ômicron. A nova cepa já domina as infecções da Dinamarca, Filipinas e é ainda mais transmissível. Sendo assim, há uma tendência da BA2 sobrepor as infecções causadas pela Ômicron BA1. Há controvérsias quando a maior gravidade da doença provocada pela BA2. Certamente precisa de monitoramento.
Ômicron é o começo do fim?
Muitos especialistas apostam na transição para uma fase endêmica do vírus. Vamos torcer e enquanto isso:
Máscara PFF2, Álcool Gel na mãos e Vacina!
Liliana Donatelli
Saiba mais sobre o tema:
Organização Pan-americana de Saúd
Organização Mundial da Saúde