No dia Nacional da Saúde, 5 de agosto, em sua homenagem repostamos a Biografia de Oswaldo Cruz.
O corajoso médico que revolucionou a saúde no Brasil
Oswaldo Cruz foi responsável pelo controle de várias doenças infecciosas no Brasil. Não há quem estude saúde pública e não conheça o seu nome e pelo menos, parte de seu legado.
Febre amarela, Peste, Varíola, Malária e Tuberculose foram apenas alguns de seus alvos. Higiene e saneamento básico eram o seu lema. Começou a grande obra sanitarista atacando todos os pontos para evitar a transmissão das doenças. Amparado no conhecimento científico de cada agente etiológico e os meios de transmissão específicos, ele traçava ações coordenadas. E abriu as portas para a ciência e a pesquisa de alto nível das doenças infecciosas no Brasil.
Nasce o médico Oswaldo Cruz
- 5 agosto de 1872 -Foi em São Luís do Paraitinga, uma pequena cidade do interior de São Paulo, onde nasceu nosso personagem de hoje. A paixão pela Higiene foi herdada de seu pai Bento Gonçalves Cruz, também médico. Já lia e escrevia aos cinco anos. A família tinha poucas posses, mas os pais eram externamente dedicados à educação dos filhos.
- 1889- Matricula-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Encanta-se com a cadeira de Higiene do Prof. Rocha Faria.
- 1892
- Bento Cruz é nomeado Inspetor Geral da Saúde em janeiro,
- Diploma-se Oswaldo Gonçalves Cruz defendendo tese: Veiculação Microbiana pela Água, e no mesmo dia morre Bento Cruz em novembro, seu pai. O respeito e amor ao pai acompanharão Oswaldo Cruz por toda a sua vida.
- 1893– Casa-se com D Emília Fonseca – D. Miloca
Oswaldo no Instituto Pasteur em Paris
A família Cruz embarca para uma estadia de três anos (1896 a 1899) em Paris financiada pelo sogro. O pai de D. Miloca, de início, não via o namoro com bons olhos e mas depois se encantou. Proporcionou várias oportunidades para o cientista, sendo a primeira delas a construção de um laboratório particular em sua casa.
Em sua formação no Instituto Pasteur, Oswaldo aprimorou o seu conhecimento em bacteriologia e fez amigos poderosos como o Professor Roux. Frequentou também o laboratório de toxicologia onde esteve ao lado de Ogier e Vibert alimentando-se dos mais novos conhecimentos da prática médico-legal. Sempre à frente do seu tempo.
Sempre muitos passos à frente, Oswaldo Cruz em sua estada em Paris, também frequentou uma fábrica de artefatos de vidro onde aprendeu a arte de confeccionar e manipular ampolas, provetas e dar ao vidro formatos adequados para serem utilizados em laboratório.
De volta ao Brasil
No Rio volta ao seu posto técnico na Policlínica e instala um laboratório particular de análises.
Recebe a tarefa do governo de verificar a suspeita de peste no Porto de Santos, que é confirmada por ele e os colegas Adolfo Lutz e Carlos Chagas, com quem inicia a suas relações científicas.
O Instituto Soroterápico
Em 1900 funda o instituto, que levaria o seu nome anos depois, na fazenda em Manguinhos, para a produção de soro e vacina contra a Peste Bubônica. Oswaldo é indicado para o cargo por indicação do Prof. Roux do Instituo Pasteur. Muito jovem, ele compartilha a direção com o Barão de Pedro Afonso. Havia divergências entre ambos que levou a um impasse, com a renúncia dos dois médicos. Por fim, em 1902, Oswaldo Cruz consolida-se na direção única do instituto. Ampliação das atividades experimentais em Patologia.
Diretor – Geral da Saúde
Em 1903, com apenas 30 anos, Dr. Oswaldo Cruz chega ao posto que havia sido de seu pai dez anos antes. Equivaleria ao posto de Ministro da Saúde hoje. Ele foi indicado para o cargo de Diretor Geral da Saúde por seu amigo e admirador Sales Guerra. Com a sua generalidade e o conhecimento adquirido em Paris, Cruz estabelece o seu primeiro objetivo: acabar com a febre amarela no Rio de Janeiro em três anos. Rodrigues Alves, presidente da República confia verbas e prestígio ao cientista.
A cidade maravilhosa, estava mais para cidade mal-cheirosa nessa época. Os navios temiam atracar no porto do Rio de Janeiro, tamanho o temor de contrair febre amarela. Cheia de cortiços, com o esgoto a céu aberto e infestada de mosquitos a cidade sofria com a doença. Oswaldo Cruz criou um programa para isolar os doentes e atacar os mosquitos, baseado em um projeto similar realizado em Havana por Finley. Infelizmente foi um luta acirrada com outros médicos, a população e grande parte da impressa que discordavam não só dos métodos, mas também duvidavam do mosquito como vetor.
Começa também a luta contra peste bubônica no Rio com a caça aos ratos. A essa altura, Oswaldo Cruz já compreendia a sua disseminação pelas pulgas dos ratos. A estratégia foi oferecer dinheiro pelos ratos. Distorcido o propósito, algumas pessoas começam a criar ratos para vender para o governo…
As brigadas sanitárias
Essa foi somente a primeira grande guerra contra a opinião pública, cuja reposta ele deu em números livrando praticamente a capital do país da Febre Amarela. A luta foi constante, e ainda que reconhecido internacionalmente, Cruz lutava para implementar e manter as medidas profiláticas no Brasil.
Com o apoio de Rodrigues Alves, nosso herói continua seu trabalho incansável.
Os médicos da época sonegavam os casos e lutavam contra a possível notificação compulsória.
Em 1904 Olavo Bilac escreveu:
“Parece mentira, mas é verdade, estamos em fevereiro as cigarras estouram, o sol incendeia a cidade, e não há febre amarela!”
Leia mais sobre Oswaldo Cruz aqui no Blog Biossegurança
Liliana Junqueira de P. Donatelli
Para saber mais
- Vida e Obra de Oswaldo Cruz. Clementino FragaEditora FIOCRUZ, 2005
- Oswaldo Cruz: a construção de um mito na ciência brasileira
Documentários e Videos
- Oswaldo Cruz – O Médico do Brasil
- Oswaldo Cruz: Os 140 anos de nascimento do maior símbolo de médico e cientista brasileiro
- Projeto Memória – Oswaldo Cruz Parte 1
Para crianças:
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