As infecções provocadas por bactérias aderidas às próteses sempre foram um desafio na odontologia.
O polímero foi desenvolvido por um grupo de ortodontistas e pesquisadores de materiais na Holanda, incorporando sais de quaternário de amônio em sua composição para minimizar a formação de placas bacterianas sobre o material protético. O trabalho foi publicado em outubro de 2015 e gerou grande repercussão na mídia internacional, com reportagens em vários jornais de renome como o americano Washington Post e o britânico “The Guardian” .
O novo material poderá integrar próteses, aparelhos removíveis, placas de mordida, implantes impressos com a tecnologia 3D e o sonho de um dos idealizadores – adesivos para fixar elementos ortodônticos aos dentes eliminando grande parte das bactérias em contato com os elementos protéticos.
O grande desafio foi adequar um composto que tivesse a capacidade de eliminar bactérias na prótese, mas que não afetasse os tecidos bucais adjacentes nem a microbiota do intestino, por exemplo.
Os testes iniciais foram favoráveis realizados “in vitro”, com saliva e Streptococus mutans (99% X 1% comparado ao controle). Porém ainda há muito a ser estudado, como os testes em humanos verificando, entre outros elementos, a interferência do uso do creme dental sobre o conjunto.
Quanto ao prazo para que o produto seja introduzido de fato no mercado é difícil determinar, Herrmann um dos autores do estudo, afirma que deve ser muito mais rápido quando comparado ao tempo entre o desenvolvimento de um medicamento até chegar as prateleiras de uma farmácia.
A digitalização na odontologia começou a ganhar terreno na área de prótese, pela sua praticidade e rapidez, tanto para realização da documentação que é feita por scanners ao invés de impressões , moldes, modelos quanto na confecção que é possível ser feita por impressoras 3D de alta precisão. As maiores desvantagens do equipamento tem sido o investimento inicial e o tempo para que o equipamento passe a dar lucro, além do espaço necessário relativamente grande para sua instalação. Com o avanço na tecnologia, esses inconvenientes vão sendo minimizados e possivelmente em algum momento no futuro esteja acessível aos consultórios odontológicos, como as impressoras para papel computadores – hoje quase em de uso com o advento da internet que transfere os dados em um passe de mágica!
O nosso desafio é decidir quando e quais as novas tecnologias devemos incluir ao nosso modelo de negócio.
O segredo é não ser o primeiro, nem o último!
Liliana Junqueira de P.Donatelli
Para saber mais:
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Yue, J., Zhao, P., Gerasimov, J. Y., van de Lagemaat, M., Grotenhuis, A., Rustema-Abbing, M., van der Mei, H. C., Busscher, H. J., Herrmann, A. and Ren, Y. (2015), 3D-Printable Antimicrobial Composite Resins. Adv. Funct. Mater., 25: 6756–6767.
Disponível em : https://www.researchgate.net/publication/282706003_3D-Printable_Antimicrobial_Composite_Resins