Nesse post Sarampo e Odontologia traduzi recomendações do CDC (Centers for Disease Control and prevention). E, também algumas da ADA(American Dental Association) para fazer frente ao atual surto de Sarampo naquele país.
O Brasil perdeu o certificado da OMS (Organização Mundial da Saúde) de país livre da doença. Muitos casos tem sido notificados o que é uma ameaça à saúde pública.
Sarampo: Notificação Compulsória no SINAN
O sarampo: Doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa, muito comum na infância. A viremia, causada pela infecção, provoca uma vasculite generalizada [vesículas], responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas, inclusive pelas perdas consideráveis de eletrólitos e proteínas, gerando o quadro espoliante característico da infecção.
Além disso, as complicações infecciosas contribuem para a gravidade do Sarampo, particularmente em crianças desnutridas e menores de um ano de idade.
Trata-se de uma doença grave e qualquer caso suspeito deve ser notificado ao Sistema De Informação e Agravos de Notificação. SINAN.
Veja como:
Instrucional de preenchimento da ficha de notificação
Glossário das palavras utilizadas pelo SINAN
Sarampo e Odontologia – Sinais e sintomas
Os primeiros sinais da doença ocorrem tipicamente na região da cabeça e pescoço e na cavidade oral. Inclusive as manchas avermelhadas, como evidenciado na imagem acima. Por esse motivo, o cirurgião-dentista pode ser primeiro profissional de saúde a suspeitar da doença e fazer o diagnóstico.
Sarampo e Odontologia: O que fazer em caso de suspeita de uma paciente infectado?
De acordo com a Dra. Jessica Y. Lee, MPH, Ph.D., vice-presidente e porta-voz da Academia Americana de Odontopediatria, os cirurgiões-dentistas devem seguir todo o protocolo de saúde pública se suspeitarem de um paciente com sarampo.
"No que diz respeito ao consultório odontológico, a maioria de seus pacientes e funcionários estará protegida se foram vacinados".
Dra. Lee completa:
“Se você estiver em uma área onde houver uma taxa maior de não vacinação, é prudente isolar o paciente. Ele deve ser encaminhado ao seu médico de atenção primária para acompanhamento. Além disso, algumas crianças podem ser muito jovens para terem sido vacinados. Portanto, se bebês estiverem sendo atendidos, precauções adicionais devem ser tomadas para protegê-los da exposição ou contato com o paciente suspeito de sarampo.”
É importante lembrar que as crianças que acompanham o pai, a mãe ou o irmão mais velho também estão em risco.
Se qualquer membro da equipe não tiver sido vacinado contra o sarampo e suspeitar que foi exposto, o CDC recomenda:
- que o profissional receba a vacina MMR (sarampo, caxumba e rubéola) dentro de 72 horas,
- que a imunoglobulina correspondente deve ser administrada dentro de seis dias quando disponível.
Sarampo – Transmissão: Dados importantes:
- O sarampo é um vírus altamente contagioso presente na mucosa nasal e garganta de uma pessoa infectada.
- Pode se espalhar para os outros por meio da tosse e espirros.
- O vírus do sarampo pode viver por até duas horas no ar em um ambiente onde a pessoa infectada tossiu ou espirrou.
- Se outras pessoas respirarem o ar contaminado ou tocarem na superfície infectada e, em seguida, tocarem seus olhos, narizes ou bocas, poderão se infectar.
- O sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada irá infectar até 90% das pessoas próximas que não estiverem imunes.
- As pessoas infectadas podem transmitir o sarampo para outras 4 dias antes da erupção associada aparecer e até 4 dias depois.
- O sarampo é uma doença dos seres humanos.
- O vírus do sarampo não é transmitido por nenhuma outra espécie animal.
Doença de Notificação Compulsória também nos EUA
O sarampo é considerada pelo CDC e pelo Conselho de Epidemiologistas Estaduais e Territoriais como uma doença de notificação nacional. Muitos estados exigem que os profissionais de saúde notifiquem imediatamente um caso suspeito de sarampo às autoridades de saúde locais para que possam começar a notificação, o isolamento, a quarentena e providências. Por isso, consulte o departamento de saúde local ou estadual para regras específicas da sua jurisdição.
Precauções para isolamento:
A atualização da Diretriz para Precauções de Isolamento de abril de 2019 para o sarampo recomenda: Prevenção da Transmissão de Agentes Infecciosos em Ambientes de Saúde (2007) para profissionais de saúde que suspeitam que um paciente esteja com sarampo:
1. O pessoal de saúde susceptível ao sarampo (não imune) não deve entrar na sala se houver profissionais imunes ao sarampo disponíveis.
2. Independentemente de qualquer evidência presumida de imunidade*o profissional de saúde deve usar proteção respiratória que seja pelo menos tão protetora quanto um Respirador N95 com certificação NIOSH ao entrar no quarto do paciente ou na área de atendimento.
3. Se um HCP suscetível ao sarampo for exposto ao sarampo, uma vacina pós-exposição deve ser administrada dentro de 72 horas (ou imunoglobulina administrada dentro de 6 dias, quando disponível).
4. Superfícies potencialmente contaminadas com gotículas respiratórias devem ser limpas e desinfetadas com um desinfetante hospitalar de baixo nível ou intermediário registrado pela EPA.
* documentação escrita de vacinação adequada, evidência laboratorial de imunidade, confirmação laboratorial de sarampo ou nascimento antes de 1957.
Você pode colaborar! Por isso fique atento aos sinais e sintomas. Além disso e checando se toda a sua equipe está devidamente vacinada.
Liliana Junqueira de P. Donatelli
Mais sobre Sarampo no Blog Biossegurança
Para obter informações atualizadas sobre o sarampo, consulte o site do CDC sobre o sarampo para profissionais de saúde.