Pele tatuada com processo inflamatório causada por micobactéria relacionada ao procedimento.
Foto:New England Journal of Medicine.
Esta semana foram publicados dois estudos (CDC – Centers for Disease Control and Prevention, e New England Journal of Medicine) que investigaram surtos de infecção por micobactérias (não TB) associados à tatuagens: foram identificados 22 casos confirmados (14 New York, 5 Washigton, 2 Iowa e 1 no Colorado); 4 prováveis em New York e 27 possíveis (26 em Washington e 1 em New York).
Durante a pesquisa foram visitados todos os tatuadores envolvidos. As práticas relacionadas à biossegurança foram consideradas adequadas em seus estúdios. O caso do estado de New York – todos relacionados ao mesmos tatuador – possibilitou maiores investigações e foi encontrado um vidro de tinta fechado com cultura positiva para a micobatéria relacionada ao surto. Nenhuma outra cultura do ambiente de trabalho deste tatuador apresentou resultados positivos.
Já foram relatados outros casos de surtos associados com tatuagem, causados por outras bactérias e vírus ( MRSA, hepatites entre outros). A prática de diluir tinta pelo tatuador com o uso de água não estéril é outra fonte de risco. No caso de New York a tinta envolvida era um cinza claro que é utilizado para técnica de sombreamento nas imagens tatuadas. Essa cor é obtida com a diluição da tinta preta com água. Sendo assim, a contaminação pode ter ocorrido na fábrica, uma vez que a micobactéria foi encontrada no vidro lacrado.
Riscos não biológicos como o uso de tinta para desenho gráfico – usada incorretamente na realização por alguns tatuadores – é outra fonte de reações adversas.
É importante ressaltar que recentemente no Brasil essa mesma bactéria causou surtos em serviços de saúde que foram relacionados com procedimentos com de vídeo ou cirurgia plástica. O glutaraldeído estava associado a vários casos o que impulsionou a adoção de novas práticas de desinfecção e esterilização.
As micobactérias não TB que foram responsabilizadas por esses surtos, são encontradas com alguma frequência em água não estéril sem causar maiores danos, porém quando a infecção se estabelece na pele que foi inoculada são bastante difíceis de tratar. Os antibióticos tem alto custo e o tratamento é longo.
Os autores das pesquisas ressaltam a importância das boas práticas e da necessidade das autoridades em regular a produção das tintas utilizadas para realização de pigmentação. Nos Estados Unidos cerca de 20% da população jovem possui pelo menos uma tatuagem no corpo.
Conheça as Pesquisas na íntegra. É só clicar nas imagens:
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