Glossário Cristófoli

Glossário Cristófoli


Glossário Cristófoli

Artigo descartável ou de uso único

É o produto que, após o uso, perde suas características originais e não deve ser reutilizado e nem reprocessado.

Artigos Críticos

São artigos destinados à penetração através da pele e mucosas adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no sistema vascular, bem como todos os que estejam diretamente conectados com este sistema. Requerem esterilização. Ex: lâminas de bisturi, agulhas, sondas periodontais, limas endodônticas, brocas diamantadas de preparo.

Artigos Não críticos

São aqueles destinados ao contato com pele íntegra do paciente. Requerem limpeza e ou desinfecção baixo nível ou intermediária. Ex: o espelho do paciente (tipo doméstico de toalete). Maçaneta da porta da recepção.

Artigos ou materiais ou produtos

Os artigos em estabelecimento de saúde são os instrumentais, talheres, acessórios de equipamentos, e outros objetos de natureza diversa que entram em contato com o paciente. Produtos é o termo mais usado nas legislações mais atuais.

Artigos Semicríticos

Artigos entram em contato com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras. Requerem desinfecção de alto nível ou esterilização. Ex: moldeiras, espelhos bucais, canetas de alta e baixa rotação, contra-ângulo etc. Em Odontologia, artigos inicialmente previstos como sendo semi-críticos tornam-se críticos pela presença de sangue na cavidade oral. Recomenda-se esterilizar se o artigo for termorresistente.

Assepsia

Conjunto de medidas adotadas para impedir a introdução de agentes patogênicos no organismo; inclui-se também a prevenção da contaminação de materiais estéreis.

Ato inseguro

Termo em desuso nos estudos recentes de acidentes. É aquele que reside exclusivamente do fator humano. Na verdade os acidentes são vistos eventos multicausais. Dificilmente o erro humano é um elemento único, mesmo quando ocorre, existem problemas organizacionais envolvidos, por exemplo, a falta de treinamento.

Bactéria

Microrganismo unicelular procariota, de vida livre ou parasita, que ocorre sob várias formas (cocos, bacilos, espirilos). Essenciais para o processo de decomposição de matéria orgânica, sendo que muitas de suas espécies são patogênicas.

Biofilme

Massa ou camada de microrganismos vivos aderidos a uma superfície. Ex: placa bacteriana dental e biofilme no interior das linhas de água usadas em consultórios odontológicos.

Biossegurança

Conceito amplo: “é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, diminuição ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem dos animais e do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos”. (Fundação Oswaldo Cruz 1997) .

Classes de Riscos de Microrganismos

Foi estabelecida em legislação na Instrução normativa 007-CTNBio. E se baseia em normas internacionais de classificação de riscos com o critério de patogenicidade ao homem e aos animais. A lista dos agentes se encontra anexa à norma.

Classificação de Spaulding

H. E. Spaulding, em 1968, desenvolveu um método de classificação de itens, de acordo com os graus de risco de infecção para os pacientes Para auxiliar os profissionais a escolher a melhor estratégia de limpeza e esterilização dos instrumentos e equipamentos cirúrgicos e hospitalares. Estes conceitos de crítico, não crítico e semi-crítico, são utilizados também para procedimentos e ambientes.

Contaminação

Refere-se ao ato de levar aos objetos vivos ou não, material indesejável que pode ser constituído de microrganismos ou substâncias químicas de variada natureza.

Controle de qualidade

É um processo regulador pelo qual é efetuada uma medição do desempenho da qualidade de um produto (resultado, serviço ou bens) utilizando-se padrões estabelecidos.

Degermação

É o ato de redução ou remoção parcial de microrganismos da pele, ou outros tecidos por métodos químicos e mecânicos. É o que se faz quando se lava as mãos usando água, sabonete e escova.

Descontaminação

É o processo de redução de microrganismos de um artigo ou superfície que torna seguro o manuseio sem EPI. É a definição mais correntemente aceita.

Desinfecção

É o processo físico ou químico que destrói microrganismos patogênicos na sua forma vegetativa.

Desinfecção de alto nível

Quando os desinfetantes são eficazes contra todas as formas vegetativas e destroem uma parte dos esporos quando utilizados entre 10 e 30 minutos. Ex: Glutaraldeído a 2%, ac. peracético a 0,2%.

Desinfecção de baixo nível

Quando os desinfetantes têm atividade sobre as formas vegetativas das bactérias. Exemplo: quaternários de amônia.

Desinfecção de médio nível ou intermediário

Quando os desinfetantes têm ação sobre vírus e fungos (não eliminam todos), mas obrigatoriamente têm ação tuberculicida, e atuam sobre a forma vegetativa de todas as bactérias. Exemplo hipoclorito de sódio na concentração adequada.

Destilador de água

Equipamento para purificação de água.

Dose infectiva

É o número de microrganismos capazes de causar uma infecção. Varia de um microrganismo para outro.

EPIs

Equipamentos de proteção individual. São equipamentos especiais utilizados pelo trabalhador com intuito de prevenir lesões decorrentes de acidentes de trabalho pelo contato e introdução de agentes químicos e biológicos no organismo ou a ação de agentes físicos sobre determinados órgãos ou aparelhos. Ex: luvas, algumas máscaras, óculos de proteção

Esporos

Mais modernamente chamados de endósporos. Formas de resistência que algumas bactérias produzem capazes de resistir a altas temperaturas, à falta de água e de matéria orgânica. Se o meio for favorável, retornam à forma vegetativa e se reproduzem. Utilizados em indicadores biológicos por serem extremamente resistentes ao calor úmido (Geobacillus stearothermophilus). Se os endósporos foram eliminados deduz-se que todas as outras formas também foram.

Esterilização

Procedimento utilizado parara a destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias na forma vegetativa, esporulada, fungos, e vírus), mediante a aplicação de agentes físicos e/ou químicos.

Infecção

É a presença e multiplicação de microrganismos nos tecidos do organismo hospedeiro e causando manifestações clínicas, inflamatórias ou imunológicas, detectáveis inclusive por métodos laboratoriais. De acordo com a sua origem pode ser classificada em

Infecção Cruzada

É uma infecção relacionada aos serviços de saúde, pode ser transmitida de maneira direta, ou indireta. Dos profissionais para o paciente, entre profissionais, entre pacientes ou do paciente para o profissional.

Infecção Endógena

Infecção causada por microrganismos da microbiota normal do indivíduo. Pode ser ocasionada por perda de continuidade do tecidos (ferimentos), procedimentos invasivos (cirurgias) e queda de resistência do indivíduo por diversos fatores (administração de antibióticos).

Infecção Exógena

Infecção causada por microrganismos que não estavam presentes anteriormente no organismo do hospedeiro.

Infecção Hospitalar ou Nosocomial ou Relacionada à assistência à

O CDC (Centers for Disease Control and Prevention), conceitua como sendo aquela que não estava presente tampouco sob a forma de incubação, quando da admissão hospitalar. Considera o tempo para que defina esta infecção: 48 hs após alta da UTI, 30 dias após cirurgia sem colocação de prótese, 1 ano para cirurgia com colocação de prótese e 28 dias para o neonato.

Intercorrência

Ocorrência de outras doenças ou acidentes concomitantes a uma enfermidade, sem ligação com a mesma. Por exemplo, um paciente que tem um enfarte durante um atendimento odontológico.

Lavadora Ultrassônica ou Cuba de Ultrassom

Equipamento para limpeza de artigos que utiliza a cavitação para remoção de sujidade nos instrumentos, diminui o risco ocupacional e as ondas atingem áreas inacessíveis às cerdas das escovas.

Limpeza

É a remoção da sujidade presente em superfícies ou artigos.

Missão

É a razão de ser de uma instituição. Qual a sua função social? O que ela pretende?

Monitorização, Monitoração ou Monitoramento

Controlar a rotina operacional através dos indicadores de eficiência do processo (indicadores químicos e biológicos), certificando-se que as especificações validadas estão sendo mantidas dentro do padrão estabelecido.

Niveis de Biossegurança

Quando se trata de nível de Biossegurança laboratoria trabalha usa-se o termo NBSL , seguido do número correspondente ao risco, por exemplo, NBSL3. Significa que o laboratório trabalha com microrganismos de risco 3 e exige uma série de medidas de segurança adequadas ao tipo de risco 3. Existem normas específicas (se tiver interesse acesse o site do CDC www.cdc.gov ).

Patogenicidade

É a capacidade do agente invasor em causar doença com suas manifestações clínicas entre os hospedeiros susceptíveis.

POP

Procedimento Operacional Padronizado - É elaborado para os procedimentos a serem executados. Devem ser escritos de maneira simples e resumida, porém do modo que eles realmente são executados, padronizando a tarefa.

Príons

Agentes infecciosos causadores de algumas doenças (encefalopatia subaguda espongiforme) que acomentem o sistema nervoso de humanos e alguns animais. São elas: scrapie em ovinos e caprinos; a encefalopatia espongiforme bovina (EEB doença da “vaca louca”), e em humanos a doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), kuru, síndrome de Gerstmann-Sträussler (SGSS) e síndrome da insônia familiar fatal (SIFF). São extremamente resistentes ao calor, tanto seco como úmido, bem como aos agentes químicos. O material de maior risco é o cérebro e medula espinhal. A doença é rara, mas ocorreram alguns casos confirmados de contaminação (80 documentados) por transplante de córnea, utilização de hormônio do crescimento contaminados pelo agente, entre outros.

Procedimento

É uma forma especificada para executar uma tarefa

Qualidade

Do ponto de vista da gestão da qualidade, pode ser entendida como o conjunto de ações voltadas para a satisfação dos clientes, e que visam agregar valores. Ou também produtos ou serviços que satisfaçam as especificações, ou que antecipem as necessidades dos clientes, incorporando-as às especificações.

Risco

Probabilidade de ocorrência de um dano, geralmente com ameaça física para o homem e/ou para o meio ambiente Ex.: risco de vida, risco de infecção, risco de contaminação. (Ver classificação de risco de microrganismos, ver no texto tipos de risco ocupacional pág.9).

Risco 1

Microrganismos de baixo risco individual e baixo risco para a comunidade. Microrganismos que não causam doenças ao homem e ao animais.

Risco 2

Risco individual moderado e baixo risco para a comunidade. Patógeno que cause doença ao homem e ou ao animal, mas que não consiste em sério risco a quem manipula em condições de contenção, à comunidade aos seres vivos e ao meio ambiente. Ex: Vírus de Hepatite B. As exposições laboratoriais podem causar infecção, mas a existência de medidas eficazes de tratamento e prevenção limita o risco. Sendo o risco de disseminação bastante limitado.

Risco 3

elevado risco individual e risco limitado para a comunidade - Patógeno que geralmente causa doenças graves ao homem, ou aos animais e pode representar um risco a quem o manipula. Ex: Bactéria da Tuberculose. Pode representar um risco se disseminado na comunidade, usualmente existem medidas de tratamento e prevenção.

Risco 4

Elevado risco individual e elevado risco para a comunidade. Patógeno que representa grande ameaça para o ser humano e para os animais, representando grande risco a quem o manipula e tendo grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Ex: Vírus Ébola. Normalmente não existem medidas preventivas e de tratamento para estes agentes.

Validação

É a documentação correspondente de evidências que dão uma razoável garantia, segundo o nível da atual ciência, de que o processo em consideração realiza e/ou pode realizar aquilo para o qual foi proposto.

Virulência

Palavra usada em várias concepções. Vem de vírus. Em alguns casos é usada como sinônimo de patogenicidade. Em outros casos é a expressão da severidade ou gravidade da doença produzida. O conceito relaciona os casos severos e o número total de casos.