A Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) divulgou nesta quinta-feira (19), Dia do Índio, o balanço dos investimentos e dados de 2011 sobre a saúde indígena. O programa de odontologia foi um dos destaques através do Programa Sorridente Indígena.
O grande desafio num país com dimensões continentais como o Brasil, são as distâncias geográficas que separam as comunidades indígenas.
Em 2011 foram contratados 110 profissionais da odontologia dos quais 41 dentistas, 41 auxiliares e 28 técnicos. A equipe foi devidamente capacitada a respeitar as diversidades culturais. De acordo, com as informações , cerca de 80 mil índios, de Alto Rio Purus (AC/AM/RO), Alto Rio Solimões (AM) e Xavante (MT), receberam a implantação do programa Brasil Sorridente Indígena, para cuidar da saúde bucal das tribos.
Os 37 consultórios odontológicos portáteis, 5.248 instrumentos clínicos e cirúrgicos, material de consumo e 70 mil kits de higiene custaram R$ 5,5 milhões. O secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, esclareceu:
– Além de resolver as necessidades odontológicas emergenciais, as equipes trabalham nas aldeias desenvolvendo ações educativas em saúde bucal, levando orientações sobre escovação e higiene bucal.
A Sesai afirma que é “responsável pelo atendimento a aproximadamente 650 mil indígenas no país, 154.207 famílias, pertencentes a 230 etnias, que vivem em 4.702 aldeias”
Além da saúde bucal, a Sesai realizou campanha de multivacinação para toda a população indígena aldeada da Amazônia Legal, onde residem 91 mil índios, com a oferta de todas as vacinas do calendário de saúde. Ainda no mesmo ano, com ação inédita, a Sesai iniciou a realização de testes rápidos para sífilis e HIV em 46 mil indígenas nos sete DSEIs do Amazonas e nos dois DSEI de Roraima. Foi realizada também melhoria no acesso ao tratamento de Hepatites Virais para os indígenas do Vale do Javari (AM), com a realização de três Manejos Clínicos de Hepatites Virais atendendo a 341 indígenas. Os Indígenas que foram identificados como portadores de hepatites receberam tratamento na Casa de Apoio de Tabatinga (AM).
Segundo a Secretaria, hove uma queda de 12,1% nos óbitos, distribuído por todas as faixas etárias. Os 53% de aumento no orçamento foram muito bem-vindos.
Dados: Portal da Saúde publicados no dia do índio.
Comentário: São fundamentais as ações de promoção da saúde indígena realizadas tanto pelo poder público quanto por ONGs, como os Expedicionários da Saúde (que já relatamos aqui no BLOG) e tantas outras entidades que se dedicam a levar saúde a populações carentes. Além da boa vontade, materiais, insumos e equipamentos, muitos cuidados devem ser tomados. São populações com características especiais, com culturas diferentes, isoladas geograficamente. Na matéria acima, foi inclusive citado, uma capacitação especial para os profissionais em relação à diversidade cultural. Mas os problemas são mais complexos. Muitos indivíduos não tiveram contato com certas doenças- daí a importância da vacinação- não só da população indígena, como também dos profissionais que farão o atendimento. Outro aspecto é o meio ambiente, a geração de resíduos que resultam dos atendimentos, em localidades que não tem uma coleta regular lixo. São comunidades frágeis, nem por isso devemos deixá-las de lado, ao contrário. Só aumenta a responsabilidade de levar a saúde sem levar outros danos. Com o respeito que merecem.
Liliana Junqueira de P Donatelli