A tradicional liga de mercúrio e prata como material restaurador
Embora o mercúrio tenha um potencial para causar danos neurológicos o uso do amálgama é ainda defendido especialmente na saúde pública. Não há evidências científicas de danos aos pacientes com essas restaurações para proibir o uso na área odontológica. O baixo custo da aplicação e a facilidade de técnica não são os únicos atrativos, mas principalmente a longevidade da restauração. Os maiores riscos de contaminação ocorrem durante a colocação e retirada dessas restaurações. Outro problema nesse caso é o seu descarte que, na maioria das vezes, acontece sem maiores cuidados.
Entretanto, com materiais restauradores cada vez melhores, uma odontologia preventiva mais efetiva, e o Brasil como signatário do tratado, as restaurações de amálgama devem sair de cena em um futuro próximo.
Assista ao vídeo do evento que aconteceu na Fundação Oswaldo Cruz que abordou o tema
Controle do mercúrio no Brasil passa a valer desde novembro de 2017
Em julho de 2017 o Plenário do Senado brasileiro aprovou o texto da Convenção de Minamata sobre o mercúrio que estabelece critérios rigorosos para controle e progressiva eliminação do uso do mercúrio. A medida passou a valer desde novembro.
Minamata – o que foi o esse desastre ambiental por contaminação de mercúrio?
Minamata é o nome da região no Japão onde aconteceu, na década de 50, o maior desastre por contaminação por mercúrio na história. Foi após a instalação de uma fábrica que jogava seus dejetos na Baía de Minamata. Contaminou os frutos do mar, peixes , gatos e por fim por um processo de bioacumulação os humanos foram severamente atingidos. A intoxicação não foi prontamente identificada.
Imagem: Mercury Free
Veja a sequência dos fatos:
Instalação da fábrica- dejetos na baía- morte peixes (boiando na água) – aparecimento dos “gatos dançantes” – pescadores e suas famílias apresentaram desordens neurológicas.
Doença de Minamata em humanos:
- perda da sensibilidade nas mãos e pés
- dificuldade de coordenação das mãos e pernas
- diminuição do campo visual
- dificuldade de equilíbrio
- distúrbios da fala
- movimentos erráticos dos olhos
Assista ao vídeo para ver os sintomas e entender um pouco mais sobre esse terrível desastre. As fotografias são impressionantes.
Na época e em seguida foram atingidas cerca de 2000 pessoas, entre os casos severos e morte. Ainda hojé há pessoas que ainda sofrem consequências dessa contaminação. Várias familias receberam indenizações e a baía de Minamata foi despoluída. Infelimente isso não traz as vidas de volta
A Convenção de Minatata
Tratato internacional para proteger o meio ambiente e a saúde humana contra a poluição por mercúrio e e os seus efeitos. Foi assinado por 128 países entre eles o Brasil que ratificou o seu compromisso para regulamentar o uso do produto. A intenção é proibir até 2020 a fabricação, importação ou exportaçao de produtos contendo mercúrio. O nome, evidentemente lembra o desastre que desejamos evitar que se repita.
Quais produtos contém mercúrio?
- certas lâmpadas
- pilhas
- termômetros
- esfignomanômetros
- amálgama
A maioria desse produtos podem ser substituídos sem prejuízo por similares sem mercúrio. Por exemplo: lâmpadas de LED, termômetros e esfignomanômetros eletrônicos, resinas.
Processos que envolvem o uso de mercúrio
Esse são mais complexos de serem controlados como por exemplo o garimpo ilegal de ouro, que polui os rios, peixes e o meio ambiente – com potencial para desastres ecológicos.
- separação de ouro no garimpo e extração
- fabricação de cimento
O que você pode fazer para ajudar?
- Sempre que possível escolher alternativas sem mercúrio, como as sugeridas acima
- Se você é dentista e seu paciente resolveu retirar as obturações de amálgama (ou for indicado clinicamente) proteja-se e tome todas as medidas necessárias para protegê-lo durante esse procedimento dos fumos e vapor de mercúrio, além de proteger o ambiente dos resíduos produzidos.
A Biossegurança química também é importante e é um dever de todos nós!
Liliana Junqueira de P. Donatelli
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Poster no COPEO aborda o assunto
Fontes: