Tempos de COVID-19, republicamos o post “Onde você guarda sua escova de dentes?”. Dicas importantes uma vez que o vírus SARS-CoV-2 tem grande afinidade com a cavidade oral.
Dentro do armário? Porta-escova? Gaveta? Em cima da pia?
A escova de dentes é um instrumento fundamental na higiene bucal, todos sabem disso. O que muitas pessoas desconhecem é que elas podem se transformar em um reservatório de microrganismos com o potencial de transmitir doenças.
A maneira com que você higieniza a sua escova depois do uso e o local de
armazenamento são fatores que fazem toda a diferença.
Só para se ter uma ideia, já foram encontrados 108 UFC em escovas de dentes de indivíduos saudáveis. Devemos ter em mente que o mundo em que vivemos é contaminado por um sem número de micro-organismos, assim como nós mesmos pois fazemos parte desse enorme ecossistema. A coexistência com os micro-organismos é importante para nós – é só uma questão de controle.
O desafio é fugir dos lugares úmidos, abafados dentro de um banheiro – ambiente mais comum onde as pessoas guardam suas escovas no dia a dia. Outro problema é ficar longe de outras fontes de bactérias potencialmente patogênicas (inclusive o vaso sanitário). Esses locais podem facilitar a proliferação de microrganismos ou mesmo favorecer a infecção cruzada.
Vários pesquisadores* investigaram os cuidados tomados por diversos tipos de pacientes e cuidadores após a escovação, e fazem algumas recomendações como forma de minimizar o contato entre escovas de diferentes indivíduos.
Outro achado interessante é que os dentistas não costumam informar seus pacientes a melhor maneira de cuidar da sua escova.
DICA: Faça a diferença e recomende:
CUIDADOS COM A ESCOVA
- Lave as mãos antes de escovar os dentes
- Depois de usar a escova de dentes lave-a com água
- Bata para retirar o excesso de água
- Pelo menos uma vez ao dia (à noite) borrife a área de cerdas com um antisséptico bucal.
- Guarde-a na vertical em um porta-escova aberto que impeça o contato das cerdas de escovas diferentes e longe de fontes de contaminação.
- Se possível dentro do armário (de preferência que não seja abafado)
- Trocar a escova, por uma nova pelo menos a cada três meses- recomendação da ADA (há casos que onde é necessário uma troca mais frequente- você pode enfatizar nesse momento).
- Trocar de escova depois de um resfriado, dor de garganta, ou quando volta do hospital (jogue fora lá mesmo). UMA ÓTIMA RECOMENDAÇÃO EM TEMPOS DE COVID_19.
- Para estojos de bolsa e viagem a troca deve ser mais frequente e sempre que possível, higienizar a escova, como recomendado acima e quando chegar ao destino tirar a escova do estojo. Higienizar novamente a escova e o estojo enxugar bem o estojo com papel.
Recomendações para o ambiente:
- Mantenha a tampa do vaso sanitário fechada quando não estiver em uso.
- Prefira lixeiras com tampa e acionamento de pedal
Para NÃO fazer:
- Guardar a escova na horizontal – dentro da gaveta por exemplo. Além de se contaminar mais fácil com o ambiente dificulta a secagem das cerdas. É um problema para os inevitáveis estojos de viagem/ bolsa.
- Usar uma toalha para secar as cerdas
- Deixar sobre a pia
- Utilizar copos para guardar mais de uma escova
- Dar descarga no vaso sanitário depois do uso com a tampa aberta
Liliana Junqueira de P Donatelli
*Para Saber mais:
Gonçalo, CS; Mialhe, FB. Contaminação das escovas dentais: Uma revisão crítica da literatura. Periodontia 19 (3) 2009.
Mialhe,FB; Silva,DD; Possobon,RF. Avaliação dos cuidados relativos ao armazenamento e desinfecção das escovas por acadêmicos de Odontologia. Rev Odontologia UNESP 36(3) 2007.
Nelson Filho, P; Oliveira Neto, JM; Faria, G; Bregagnolo,JC; Silva,RAB. Avaliação dos conhecimentos das mães com relação aos cuidados com as escovas dentais de bebês, crianças e pacientes especiais, após a sua utilização. Rev. ABO Nac. 16 (2) Abril/maio 2008.