Ann Lee Sanchez é uma estudante de odontologia mexicana em intercâmbio no Brasil- Bauru.
Hoje ela conta seu primeiro dia no Centrinho- Hospital de Reabilitação de Anomalias, Cranio-Faciais de Bauru.
Liliana Junqueira de P. Donatelli
Meu estágio no Centrinho
Como eu disse anteriormente eu sempre tive um amor especial pelas crianças e infelizmente no meu programa de intercâmbio eu não tive nem mesmo uma aula relacionada com elas… Isso é porque a Odontopediatria é vista no terceiro ano e eu estou com a turma do quarto ano… então… “mala sorte Mexicana! Jaja”
Mas eu não fiquei feliz… como asim??? Eu estou em uma das melhores Universidades de Odontologia da America Latina, e não vou conseguir chegar a ver, pelo menos, como eles trabalham na área que eu tenho mais interesse??
Eu falei e falei com Ana (da área administrativa) e Sofia (estudante que trata dos assuntos relacionados aos estrangeiros). Elas me informaram que seria difícil conseguir fazer uma coisa fora do programa, mas graças a Deus finalmente deu certo e consegui fazer meu estágio na área de odontopediatría no Centrinho!!
Nesta área tem seis estudantes de pós-graduação, uma de doutorado e eu acho que quatro professores que estão sempre cientes dos pacientes e alunos e supervisionando para que os tratamentos sejam realizados corretamente.
Todos os pacientes tem algum tipo de anomalia craniofacial, eu estive com muitos que não aparentavam ter problema nenhum mas depois no exame intraoral podia-se ver algum tipo de fissura no palato, apinhamento moderado-severo (quase sempre) ou ausência de alguns dentes.
A clinica é muito legal, é pequena mas eu gostei muito do ambiente, as dentistas são muito fofas com os pacientes. Eu gostei muito mesmo, porque os pacientes as chama de “tia” para elas!! No México isso não acontece… mas eu gostaria de ser chamada por eles de tia!! Adorei!
Outra coisa que achei interessante foi que as mães ficam o tempo todo com as crianças, na minha escola o paciente vai sozinho e mãe espera na sala de espera. Eu acho melhor que elas fiquem fora da sala de atendimento na sala porque muitas vesses as crianças ficam nervosas ou cooperam menos com a mãe perto.
Mas neste caso as mães, pelos problemas que as crianças apresentam, as múltiplas visitas aos médicos e cirurgias, são muito mais cuidadosas e apreensivas. Foi o que percebi, embora não seja especialista no tema.
O fluxo de pacientes é impressionante (no primeiro dia acompanhei cerca de dez ou mais tratamentos): Restaurações com ionômero do vidro, extrações, selantes, , pupotomias, e só uma restauração amálgama – utilizadas em grandes cavidades e uma resina (que não colocam muitas porque os pacientes muitas vezes não tem acesso a consultas do controle).
Mas o que eu aprendido mais é modelo de conduta, como falar com a criança, ser boazinha sem perder a autoridade, como explicar o tratamento, o que vai sentir e fazer o paciente cooperar mais possível. Também tem a consulta de condicionamento que achei muito legal!!
Eu estou aprendendo muitas coisas e estou ficando com muita vontade de voltar e tentar fazer a minha pós-graduação numa universidade brasileira.