A Escherichia coli (pronúncia: /eskerikia koli/; também conhecida pela abreviatura E. coli) é uma bactéria bacilar Gram-negativa, que, juntamente com o Staphylococcus aureus é a mais comum e uma das mais antigas bactérias simbiontes do homem. O seu descobridor foi o alemão-austríaco Theodor Escherich, em 1885. (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Escherichia_coli)
Mais de 20 mortes confirmadas, mais de 2,2 mil pessoas contaminadas, a origem ainda é incerta, a forma de contágio pessoa – pessoa ainda não é totalmente esclarecida e logo o mundo vai vivendo com preocupações e medo da tal Escherichia coli (E. coli).
Primeiro os pepinos suspeitos, tudo alarme falso. Depois os brotos de soja de uma fazenda em Hamburgo, tudo negativo nos testes novamente.
Nós vivemos em um mundo pertencente aos microrganismos, dependemos totalmente deles para viver, da produção de alimentos a resistência de nosso organismo, sem falar dos que nos rondam, existe um verdadeiro exército em nosso corpo, 90% das células que carregamos durante nossa vida são microrganismos. Dentre as várias espécies existentes, uma em particular merece destaque, a Escherichia coli, encontrada nos animais de sangue quente, convive com a gente desde os primeiros meses de vida, colonizando nosso intestino e sendo responsável por várias funções essenciais do nosso organismo, como a sintetização de vitamina B.
Geralmente elas não são patogênicas, exceto quando são rompidas as barreiras onde elas vivem. No entanto, alguns destes microrganismos que viviam dentro de alguns ruminantes, por um processo de recombinação genética de nome complicado chamado transdução, conseguiram incorporar para si um gene de uma outra bactéria, de nome Shigella, esta sim de características patogênicas, pois tem a capacidade de produzir uma toxina de nome SHIGATOXINA (ou Verotoxina) que produz diarréia com muco, pus e sangue e ainda pode, na dependência da resistência do paciente, produzir uma Síndrome Urêmica Hemolítica (SUH) , principal causa de colapso agudo renal em crianças. Apartir daí algumas bactérias Escherichia coli obtiveram a capacidade de produzir esta toxina. Por isso a toxina produzida pela E. coli, também é chamada Shigatoxina ou Verotoxina.
Para azar nosso, esta bactéria, mesmo com a capacidade de produção desta toxina, não ocasiona doença para os animais reservatórios (vacas, carneiros, cabras, alces, entre outros) o que torna praticamente impossível descobrir qual animal teria ou não esta bactéria.
A utilização de fezes destes animais na forma de esterco ou mesmo a utilização de água contaminada por eles, ou até mesmo caramujos que transportassem estes microrganismos poderiam contaminar vegetais e frutas. Isto sem falar da utilização da própria carne cujo abate dos animais pode levar a contaminação das peças que serão comercializadas.
Este microrganismo não resiste ao calor, o processo de fritura, cozimento entre outros leva à morte dos mesmos, no entanto, há vários casos existem incriminando hambúrgueres mal cozidos.
Com relação aos vegetais, os processos adequados de higienização são:
- refrigeração
- lavagem em água corrente
- imersão em solução clorada
- nova lavagem
Seria o bastante para minimizar este problema. No entanto, neste caso da epidemia européia e com relação a este tipo de Escherichia coli (O104:H4), estudos verificaram a capacidade deste microrganismo de colonizar tecidos profundos dos vegetais, o que tornaria estes procedimentos de higienização, inócuos. Somente a exposição a altas temperaturas mataria este microrganismo.
Esta bactéria (E.coli o104:H4) ao ser ingerida, e estamos falando de uma quantidade extremamente pequena, ao redor de10 a 100 bactéria, chegaria até a região intestinal onde produziria esta toxina. A partir daí a responsabilidade pela doença é da toxina, não havendo mais intervenção da bactéria, por isso antibióticos não melhoram o quadro geral do paciente, podem até agravar, pois vários deles atacam os rins, o que complicaria ainda mais a doença.
Na dependência da resistência individual da pessoa, os rins podem ser atacados produzindo a síndrome hemolítica renal e levando a falência de vários órgãos e a morte. De difícil tratamento e por implicar em risco de morte, o tratamento deve ser feito em UTI.
Não acredito que este caso irá se tornar uma epidemia mundial como no caso da H1N1 (gripe), pois as formas de transmissão são bastante diferentes. No entanto, este microrganismo novo, veio para ficar, muito ainda iremos falar dele e de vários casos que irão surgir e surgindo nos faz avaliar o quanto pequenos somos em relação aos microrganismos, quanta capacidade eles tem. Quão necessárias são as adoções de procedimentos de higienização como:
Lavagem adequada das mãos;
Higiene em geral;
Educação em higiene;
Higienização de frutas e Hortaliças;
Monitoramento de safras e importações de produtos agropecuários;
E principalmente respeito a este mundo que vive paralelo ao nosso mundo sem nos esquecermos que este mundo é verdadeiramente dos microrganismos.
Roberto Martins Figueiredo – Dr. Bactéria
8 Comentários
Descobri que tenho essa bactéria no ano passando depois de uma crise de infecção urinária ,estou tratando desde então. Ó último tratamento foi com injeção de amicaxina duas por dia por des dias e o uro-vaxon esse por noveta dias . Esperar por quatro dias depois da amicaxina para fazer o exame ,descobri que ela ainda está presente!!! Estou com muito medo !!! Ó que eu faço agora !!!
Rosiane
Atenção há variantes da E. coli. Esta reportagem que aparece no Blog se refere à essa cepa 104:H4.
Com certeza não é esse o seu caso!
A E.coli é muito comum e a mais frequente em infecções urinárias. Vejo que esta difícil de debelar a infecção no seu caso, mas um urologista é o melhor profissional para acompanhar você neste caso.
Converse com seu médico das possibilidades de tratamento e compartilhe com ele a sua aflição. Se ele não puder ajudar você, busque outro médico!
Abraços desejo que você se recupere rapidamente.
Liliana
o que é biossegurança e qual a sua importancia ?
Olá Denise
A Biossegurança foi definida pela Fundação Oswaldo Cruz como: “É o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.”
Os riscos podem ser químicos, físicos, biológicos ergonômicos, etc.
Quando estamos pensando no processo de trabalho e tivermos a biossegurança em mente, podemos criar barreiras, ou determinar ações preventivas, para que um risco se transforme em um dano.
Por exemplo, quando consideramos um profissional da saúde e pensamos que ele poderá adquirir gripe durante o atendimento a pacientes, vacinamos o profissional evitando não só que ele tenha a gripe, mas também que possa contaminar outras pessoas. São medidas individuais e de saúde pública neste caso.
Espero que tenha ficado claro para você.
abraços
Liliana
Dr. Quais estão sendo as formas de tratamento utilizadas neste surto na Alemanha?
E porque são tão resistentes aos antibiótico?
Att
A doença se manifesta pela ação da toxina no sangue que vai até os orgãos, então, o tratamento é em UTI e transfusões sanguineas e hemodiálise. O antibiótico é direcionado para a bactéria. Neste caso o que está ocasionando a doença é a toxina.
Dr. Roberto Figueiredo – Dr Bactéria
Dr. Quais os meios que o Sr. acha que nós profissionais de saúde (Odontologia), podemos ser contaminados.
Por gentileza, se possível enviar resposta tb por email.
Att.
Alexandre.
Olá Alexandre
Pela bactéria E. coli O104:H4… é praticamente impossível pois a contaminação ocorre de modo fecal oral, isto é, necessidade de contaminação por fezes em alimentos que não serão submetidos a cocção.
Dr. Roberto Figueiredo – Dr Bactéria